domingo, fevereiro 10

Queria voltar a esfolar os joelhos, cair no chão, cair com força, cair, só. Nem assim volto a ser criança. Tenho saudades do chão duro que quase me engolia e que me fazia fechar os olhos por segundos, com dor, que me beijava o corpo de uma maneira quase tão dura como tu o desfazes de dentro para fora. Continuo a cair. O chão abandonou-me de vez. É só um nada que não me larga e tu já não estás cá para me agarrar pela cintura e puxar-me para ti, já não estás cá. Esqueci-me do que era chorar e, agora, sangrar dói demasiado. Onde é que estás? Preciso de um beijo na testa, preciso que me protejas do mundo. Não me levanto outra vez. Não sem chão que me esfole os joelhos, que me faça criança. Segura-me.