Tempo depois enfiava-me dentro do carro e fechava a porta de trás. Tinha a cabeça encostada ao vidro do lado esquerdo e esperava o barulho do motor do carro, para ter a certeza de que já estava segundos mais perto de casa. A estrada já não se distinguia no meio de nada, os vidros estavam baços e a névoa entardecia umas horas a noite. A minha cabeça pendia sobre a única força que ainda me conseguia segurar -a mesma que te expulsou de mim. Ia a caminho da realidade, a mais dura, e ia pronta para a aceitar. Tirei as chaves do bolso e abri a porta, que resmungou um grito de agonia, igual ao que eu desejava dar naquele momento. Quase caí de joelhos, ali. Fui direita à cozinha e quase como instinto peguei num limão e espremi-o. As gotas ácidas caíram algures entre os meus lábios e a minha língua, que se negava a aceitar aquela ordem, de acordar e deixar de gritar pelo teu nome!
sábado, dezembro 10
sexta-feira
Tempo depois enfiava-me dentro do carro e fechava a porta de trás. Tinha a cabeça encostada ao vidro do lado esquerdo e esperava o barulho do motor do carro, para ter a certeza de que já estava segundos mais perto de casa. A estrada já não se distinguia no meio de nada, os vidros estavam baços e a névoa entardecia umas horas a noite. A minha cabeça pendia sobre a única força que ainda me conseguia segurar -a mesma que te expulsou de mim. Ia a caminho da realidade, a mais dura, e ia pronta para a aceitar. Tirei as chaves do bolso e abri a porta, que resmungou um grito de agonia, igual ao que eu desejava dar naquele momento. Quase caí de joelhos, ali. Fui direita à cozinha e quase como instinto peguei num limão e espremi-o. As gotas ácidas caíram algures entre os meus lábios e a minha língua, que se negava a aceitar aquela ordem, de acordar e deixar de gritar pelo teu nome!
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2 comentários:
também gostei dos teus textos :) tens a tua própria maneira de escrever... continua :D
Obrigada (:
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